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ASOCIACION CULTURAL ÑEÇUANOS
O dia 05 de setembro de 2009 foi especial para a comunidade de Roque Gonzales e região. Nesta data, no Pirapó Piscina Clube, acorreu o Manifesto Nheçuano, um grande encontro que reuniu historiadores, escritores, estudiosos da antropologia indígena Guarani e defensores de um resgate histórico e cultural dos primeiros habitantes e donos legítimos desta terra. O evento, com repercussão na mídia regional e estadual, simbolizou a retomada de uma antiga discussão acadêmica acerca da cronologia correta dos fatos que desencadearam o início da povoação do atual estado do Rio Grande do Sul.
No ponto central do Manifesto foi deliberado para que se proceda uma revisão histórica dos acontecimentos que marcaram a ocupação da atual região das Missões do RS pelo homem branco, a partir do início do século XVII, e o resgate da figura do cacique Nheçu, líder da resistência indígena, que aqui vivia primitivamente com seu povo. Até o momento, os livros que trataram do tema praticamente ignoram esta parte da história, apenas enfatizando os fatos a partir de 1682, na 2ª fase das missões jesuíticas, os chamados Sete Povos das Missões.
A mesa de debates foi composta pelo prefeito municipal de Roque Gonzales, João Scheeren Haas; Plínio Ivar da Rosa, arquiteto, escritor e historiador; Nelson Hoffmann, professor e escritor, autor do livro “Terra de Nheçu” (Cultuarte Missões/Ledix/Ediuri, 2006); Jorge Guedes, músico e estudioso da cultura guarani e Ruy Nedel, escritor, autor do livro “Esta Terra Teve Dono” (Tchê Editora, 1984). Também participaram os uruguaios Rosana Etcheverry, professora de literatura, descendente indígena, e Alejandro Santos, artesão e estudioso da causa Guarani, que conviveram por dois anos junto a tribos da Argentina, Paraguai e Bolívia.
Outros convidados prestigiaram o evento, como Paula Janete de Souza Oliveira, coordenadora regional dos Secretários de Educação da Associação dos Municípios das Missões, o médico epidemiologista cubano Giovani, vereadores, estudantes e professores da rede municipal de ensino. Durante o dia ficaram expostos à visitação pública artefatos indígenas guarani datados do início do século XVII, cuidadosamente preservados, encontrados na antiga propriedade do senhor Aldino Spohr, no Salto Pirapó, local onde Nheçu e os seus costumavam pescar, caçar e se divertir.
Ao término dos debates o público foi contemplado com um show de talento e virtuosismo musical executado pela Família Guedes, de São Luiz Gonzaga, nossos maiores embaixadores da arte e cultura sul-rio-grandense para o Brasil e exterior. Intercalando a apresentação dos artistas são-luizenses, músicos e pajadores de nossa terra e de outros pagos deixaram o seu recado, cantando e contando a História em forma de música e verso.
De acordo com os organizadores do evento, Giani Schmidt da Silva, Adriano Reisdorfer, Marco Marques e Julio Ribas, os próximos passos serão a criação de uma associação cultural, documentário, inclusão da revisão histórica destes fatos no currículo escolar, palestras e um festival de música no Cerro Inhacurutum, antiga morada de Nheçu e sua gente.
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